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Aprendendo uma terceira língua
18 de April, 2016
Recentemente eu finalizei o curso introdutório de polonês e decidi continuar a minha saga com o idioma eslavo e me inscrevi para a continuação do curso. “Pera, polonês? Pra que você tá aprendendo polonês menina?”. Sim, decidi aprender um idioma falado por apenas um país no mundo e apesar das minhas preocupações no começo, confesso que me apaixonei pela língua e quero aprender o máximo que minha capacidade mental permitir.
Estar casada com um Polonês me fez prestar atenção em como os outros casais “internacionais” agem, e percebi que muitos parceiros, especialmente os falantes nativos de inglês, sequer se preocupam em aprender a língua do outro. Acho isso muito triste, porque uma das melhores coisas de se estar casado com uma pessoa de nacionalidade diferente é estar em contato direto com uma cultura completamente nova e descobrir todos os aspectos dessa cultura, uma delas é a língua. Comecei naturalmente a aprender algumas palavras por conta da frequência em que as ouvia. Muitas coisas eu ouvia mas ainda sim não faziam sentido. No ano passado, meu digníssimo me presenteou no meu aniversário com um curso introdutório de polonês, que é o básico do básico pra começar a entender o complicadíssimo idioma eslavo.
Apesar de curto o curso foi por demais eficiente. Aprendi a estrutura das frases, os pronomes pessoais, os principais verbos, além é claro dos cumprimentos e palavras como por favor e obrigado. O que me falta agora é ganhar vocabulário e começar a preencher as lacunas que me separam fluência. Na verdade, meu objetivo não é ser fluente, já que pra isso é preciso um contato muito intenso com a língua, mas quero saber o suficiente pra formar frases simples, entender e ser entendida pelos nativos, em especial minha sogra, de quem gosto tanto, mas a barreira do idioma ainda nos impede de sermos mais próximas.
Já tinha ouvido falar que depois que se aprende um idioma estrangeiro, os próximos são mais fáceis, e posso dizer que é a mais pura verdade. Toda língua tem uma lógica, um caminho, uma estrutura, e na maioria das vezes as mesmas características podem ser encontradas em línguas diferentes. Apesar da diferença enorme entre português e polonês acabei descobrindo algumas semelhanças que me fizeram entender o idioma melhor do que os falantes nativos de inglês, por exemplo, que nunca aprenderam uma língua estrangeira antes. Eles sofrem muito com a identificação de gênero das palavras e com a terminação dos verbos de acordo com o tempo verbal. A pronúncia também é uma complicação pra eles, já que em polonês você pronuncia exatamente o que se lê, ao contrario do inglês em que as regras de pronúncia muitas vezes são irregulares. Por outro lado tenho uma dificuldade enorme quando se trata dos “chiados”. Existe uma combinação infinita de “sz” “ch” “ż” “ź” e todos tem sons diferentes, por sinal, dificílimos de se reproduzir.
Mas acima de tudo, aprender polonês me fez lembrar do gosto que tenho por idiomas e que quero aprender outros. Francês, alemão e italiano ainda estão na minha lista. Não pretendo ser fluente em nenhum deles, mas apenas o suficiente pra satisfazer o meu gosto pelo aprendizado.
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